quinta-feira, 11 setembro, 2025

Bilíngue ou não bilíngue? Eis a questão!

 

Olá, meninas! Tudo bem?

 

Fazia tempo que eu queria falar sobre esse assunto aqui no blog, pois é uma dúvida constante pela qual estou passando: escolher uma escola bilíngue ou não?

 

O que escuto da minhas amigas é que a criança que estuda em escola bilíngue demora um pouco mais para começar a falar, mas não tenho nenhum conhecimento científico sobre isso… Então, convidei uma amiga especialista no assunto para nos esclarecer sobre as vantagens do ensino bilíngue.

 

A Tarsila S. C. Granadeiro Guimarães é graduada em Pedagogia e possui cursos de extensão em bilinguismo e trabalha na área da educação (especificamente no ensino do idioma inglês) há quinze anos. Espero que as dicas e reflexões da Tarsila ajudem as mamães que estão nessa fase!

 

Beijos!

 

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Amo o que faço e sempre fui fascinada pelo universo infantil e suas nuances. Ainda não sou uma “real mom”, mas se Deus quiser e meu marido parar de “amarelar”, em breve estarei entre vocês! Mas, em razão dos meus muitos anos de experiência na esfera pedagógica, acho que posso dar meus “pitacos” sobre o tema. A aquisição da segunda língua pelas crianças é um assunto bastante complexo, mas vou procurar tratá-lo de forma simples e acessível.

 

 

Observo que as principais dúvidas dos pais são: o ensino em uma escola bilíngue é realmente tão mais benéfico? Com qual idade é mais recomendável o ingresso na escola? O ensino da primeira língua é prejudicado?

 

Para começar, é preciso diferenciar: uma coisa são as escolas bilíngues e outra coisa são as escolas internacionais. Escolas bilíngues são aquelas em que o idioma estrangeiro é a segunda língua (mantendo-se o português como oficial), seguem o calendário brasileiro e as diretrizes do Ministério da Educação e Cultura. Já as escolas internacionais têm no idioma estrangeiro sua língua oficial e seguem o calendário e diretrizes estabelecidas no país de origem.  E assim, atentos à essas diferenças, os pais se deparam com a primeira grande decisão a ser tomada!

 

 

Se o intuito for que a criança realize todo seu percurso acadêmico voltado ao ensino estrangeiro, inclusive com a realização de Ensino Médio e Superior no exterior, a melhor alternativa são as escolas internacionais, pois a alfabetização da criança será realizada em língua estrangeira, relegando o português ao segundo plano.

 

Entretanto, se o intuito for o de propiciar à criança uma maior familiaridade com o idioma estrangeiro, expondo-a a estímulos nesta língua, sem prejudicar a alfabetização em português, as escolas bilíngues tornam-se a melhor opção. É importante frisar que a identificação dos pais e da criança com a língua facilita a inserção da família na escola e, sem dúvida nenhuma, agregará significado ao aprendizado, já que questões internas como a motivação influenciam no desempenho da criança. Em outras palavras: o aprendizado do seu filho será muito mais eficaz em uma escola bilíngue se o idioma e a cultura forem próximos da realidade da sua família e da criança.

 

 

Vamos agora entender um pouco nais sobre as razões que justificam de forma muito positiva a escolha pelas escolas bilíngues.

 

Vale ressaltar que o estudo sobre o bilinguismo é muito recente. Se atualmente a procura pelas escolas bilíngues e o número de escolas só aumentam, no passado a situação era bem diferente. Até o começo da década de 60, o ensino bilíngue era visto com ressalvas pelos educadores por se acreditar que a criança não conseguiria aprender dois idiomas simultaneamente e que tal feito poderia prejudicá-la cognitivamente.  Pesquisas recentes derrubaram este mito e hoje é majoritário o entendimento de que o aprendizado simultâneo de duas línguas tem como resultado a maior flexibilidade de raciocínio, permitindo ao sujeito a elaboração de soluções criativas e novos usos para objetos conhecidos.

 

 

Sabidamente, quanto mais jovem a criança for exposta à uma língua, mais fácil será a aquisição desta. Isto ocorre devido aos “períodos de aprendizagem” ou, em inglês, “the learning windows”. Estes são os períodos nos quais a criança pode aprender algo ou refinar uma habilidade de modo mais rápido e eficaz cognitivamente.

 

O período mais propício para o desenvolvimento da linguagem, segundo os especialistas, ocorre até os 10 anos de vida. Neste período, as sinapses (estímulos cerebrais) acontecem com mais intensidade. Entre o 9º e o 24º mês de vida a criança constrói por volta de 50% a mais de sinapses que o adulto. Portanto, quanto maior a intensidade dos estímulos, maior será o número de sinapses estabelecidas e, desta forma, a capacidade cognitiva da criança se amplia.

 

 

Além disso, a produção de sons também é muito favorecida nos primeiros anos de vida. Como explica Luiz Celso Vilanova, neuropediatra da Unifesp, a identificação dos sons de uma língua persiste durante os quatro primeiros anos de vida e quando isto não acontece mais, ela transforma os sons daquele novo idioma em algo semelhante à língua materna, ou seja, serão sons parecidos e não reais.

 

Ao escolherem a escola de seus filhos, prestem atenção na proposta pedagógica e não hesitem em se certificarem sobre a qualificação dos professores. As melhores escolas são as que investem na rigorosa seleção dos profissionais e lhes oferecem permanente reciclagem, além de um trabalho consistente quanto à fonética, tornando o professor um exemplo adequado de pronúncia e entonação. Quanto melhor for o input (estímulo oferecido), melhor será a produção oral da criança. Vale ainda questionar a escola quanto aos ajudantes de sala e o nível de conhecimento da língua destes. Para se ter imersão total, todos devem falar o mesmo idioma.

 

 

Resumindo: como se pode concluir, os benefícios da escolha por uma escola bilíngue são enormes! Quanto antes a criança adentrar o universo de uma segunda língua, mais rapidamente e de maneira mais ativa se dará seu aprendizado. Entretanto, aqui vai uma última dica: SEMPRE levem em consideração a personalidade de seu filho/filha. Mais importante do que aprender uma segunda língua é propiciar um ambiente no qual a criança se sinta segura e feliz. Desta forma, ela será capaz de se desenvolver plenamente. No fundo é isso que importa, não é mesmo?

 

 

 

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12 COMENTÁRIOS

  1. Ju e Tarsila: muito bom o texto! adorei! Minha escolha de escola foi por outros fatores como formacao, valores, ambiente da escola, etc… pra mim o fato de “ser bilingue” nao era tao importante….. Porem, concordo que quanto mais cedo e natural for o aprendizado de uma segunda/terceira lingua mais facil eh para crianca, seja atravez de aulas ou de estimulos como filmes, musicas e viagens….. Gostaria de sugerir uma pauta sobre as escolinhas de ingles? melhores metodos? idade ideal? periodicidade da aula? etc….. Que tal? beijos!!!

    • Oi Ma querida, muito obrigada pela participação no blog! Vamos sim fazer essa matéria… Também não optei por bilingue para o Olavinho e preciso saber quando coloca-lo na escolinha de inglês!MIl beijos

  2. Amei meninas!!!! E coincidentemente, matriculei o Teté em uma escola bilingue, hj!!!!
    Adorei a entrevista, e fiquei ainda mais feliz com minha escolha.
    bjões
    Re

    • Oi Re, que bom que o texto te ajudou a ficar mais tranqüila, realmente é uma decisão difícil, mas o texto nos deixa mais seguras! Parabéns pela escolha! Um beijão

    • Oi querida, do jeito que o tempo passa rápido, daqui a pouco vc estará procurando escola para a MC! E é bom já saber sobre um pouco sobre as opções existentes! Beijao

  3. Muito claro o texto escrito pela educadora Tarsila! É desse tipo de texto que precisamos ler a fim de entender a diferença entre escolas internacionais e bilingues. Além disso, a relevância de adequar a escola à personalidade do filho/a. Antes de tudo, a criança precisa ser e estar feliz!
    Parabéns pela iniciativa do site e da colaboradora Tarsila!

    • Oi Andrea, muito obrigada pela participação no blog e por elogiar a matéria! Queremos continuar sempre trazendo assuntos importantes e relevantes para nossas leitoras! Um beijão

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